As aranhas entrelaçam-se na minha alma a cada não vontade de querer, de tentar, de falar...a cada não vontade, quem diria, até mesmo de escrever. Na verdade vontade nenhuma, de nada.
Mas pelo menos daqui posso expusá-las a mais de um mês entrelaçando-se, criando ninhos e ninhadas, se criando, recriando e procriando nesse imenso silêncio e escuridão que constituem um vazio de sei lá o que, um vazio que optei por deixá-lo assim, vazio constante e pleno. Já da minha mente e da minha alma, não consigo ou na verdade não as quero expulsar. Talvez até goste delas, considere-as minhas únicas e eternas companhias. No começo achava as aranhas feias, horrendas. Mas agora, até as nomeio. As levo para todo lugar, para meus sonhos, pesadelos. Para meu travesseiro, para meus mais asquerosos e repugnantes desejos. Já existem as mais venenosas, as menos venenosas e as que já não surtem nenhum efeito.
E tudo o que eu queria era que todas, todas essas aranhas já não surtissem nenhum efeito com suas picadas.
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Costumo usar a desculpa de que me decepciono com as pessoas, mas a verdade é que mesmo que eu não me decepcione encontro sempre uma forma de fazer com que meu cérebro dececione-se por si mesmo..Esfaqueio e destruo cada não vínculo- possível vínculo...suicido-os antes mesmo de existirem. É uma compulsão, praticamente isso. Compulsão de quebrar e destruir tudo o que existiria se eu não as tivesse destruído e tudo isso é o que sou hoje ou talvez o que sempre fui ou talvez o que quis ser, ou o que nunca quis ser em meus piores pesadelos.
E a regra infinitamente insaciável é:" Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir. "(Caio F. Abreu)
A.M.E.I. me descreveu em detalhes o segundo texto!
ResponderExcluirobg Leti!
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