"Todos os dias o ciclo se repete, às vezes com mais rapidez, outras mais lentamente. E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim."





Caio Fernando Abreu






quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Eu realmente quis acreditar que poderia dar certo. Afastei de mim todas as experiências negativas. Te busquei, te cativei. Dispendi meu tempo em entrar no teu universo de forma educada, batendo à porta antes de entrar. Me doei completamente e me sacrifiquei por achar que você valia à pena. E qual foi o sacrifício que fizestes por mim, se nem ao menos saíste de teu pedestal para abrir tua porta completamente? Apenas frestas de porta aberta e em detrimento disto querias que eu destrossasse completamente minha porta?
Nunca, Baby!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Engraçado como as coisas mudam de maneira drástica "ódio torna-se amor e amor torna-se ódio...fé em dúvidas e dúvidas em fé".
Portanto, acostuma-te, cria da frieza humana ao umbral em que já nasceste. Acostuma-te às neblinas, às enchentes, ao abismo, ao dilacerante e retorna à tua origem..
..."que saibas ficar sem nada e mesmo assim sentir-se plena de tudo" (Clarice Lispector). Renasce, pois fênix, das cinzas as quais te dilaceram...as marcas deixadas servirão sempre para te fortalecer.
Oh, quando olhares lembrarás de todas as vezes em que no cume de sua finitude, fraqueza e dor conseguistes renascer, mesmo que te doa eternamente perceber que as plumagens que conquistastes à tanto esforço e esmero, na realidade, nunca existiram e nunca foram suas.
E tudo o que ela queria era que alguém olhasse no fundo dos seus "olhos de ressaca" e perguntasse-lhe: você está bem? pra só então poder talvez gritar ou rir, ou ainda chorar e tirar esse nó que reside na sua garganta, nó oriundo dos desgostos passados, das insatisfações do últimos 5 meses. Mas não, ninguém vai passar pra perguntar isso a outro. Passa despercebida (talvez até seja seu intuito) e quando alguém lhe responde (pessoalmente ou virtualmente) é só no intuito de mostrar o quanto está bem ou ascendeu de alguma forma. Ao mesmo tempo compreende, pois neste mundo plástico e de relações plásticas quem não se transveste com a máscara do bozo?
O fato é que ninguém está nem ai pra dor do outro (ninguém sequer a percebe) ou então deve ser excelente atriz..e diante deste contexto "o homem, que, nesta terra miserável, mora, entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera" (Augusto dos Anjos).

Ps: "And no one's gonna catch you when you fall"

domingo, 18 de novembro de 2012


"Palavras são perigosas, pois escritas ou proferidas em demasia somos traídos ou atraídos por nossas ideias". (裡)
Segundo Nietzche: Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.
Sim!..

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

quinta-feira, 15 de novembro de 2012


Pessoas passam como fumaça
Mornie alantie
Mornie utúlien
Insignificante: Tudo
Doação? Não mais.
Poucas palavras explicam melhor o turbilhão vivido
Agora...apenas sorrisos sociais
Insignificantes
É tudo ou nada?
É tudo, o nada.


May it be an evening star
Shines down upon you
May it be when darkness falls
Your heart will be true
You walk a lonely road
Oh!How far you are from home

Mornie utúlië (darkness has come)
Believe and you will find your way
Mornie alantië (darkness has fallen)
A promise lives within you know

May it be the shadows call
Will fly away
May it be your journey on
To light the day
When the night is overcome
You may rise to find the sun

Mornie utúlië (darkness has come)
Believe and you will find your way
Mornie alantië (darkness has fallen)
A promise lives within you now

A promise lives within you now

May it Be (Enya)

quarta-feira, 31 de outubro de 2012



"On my way, (on my way)

I laugh with you, (I laugh with you)
On my way
With you




And it seems so foggy
And it feels so distant to me
And it sounds so funny
And it feels so different to me" ...
(On my way, Brothers of Brazil)

domingo, 14 de outubro de 2012


A vida não é para os fracos (me perdoem! mas fazendo uso e jus de minha capacidade crítica, invisto nessa afirmação). Ela não te afaga, lhe goupeia. Não é feita de imaginação e fantasia (embora precisemos destes recursos) e sim do cru, do dolorido, da realidade tal qual é. Não, ela não irá te dar as coisas na mão. As coisas e pessoas tal qual se apresentam a nós não são o que pensamos ser (pois somos "nós" quem pensamos sobre esse "tal"). Nada em sua fluída e efêmera construção é eterno. Não, não será como nos filmes. Os finais não serão felizes (não existem finais e sim um contínuo). Acorde! És o senhor do seu caminho. Ao mesmo tempo, podes sim direcioná-la, mas nunca dominá-la. Intrinsecamente ligada ao desvanecer e embora achemos isso um fato negativo, essa sim é a mola propulsora de tudo o que pulsa, sangra, transforma e vive. Aos fracos: ser fraco não é duvidar, cair. Ser fraco é desistir de acreditar primeiramente em você. Não deposite nos outros o que só você pode trilhar: seu caminho. Não, não é pessimismo caro leitor. É realismo.

sábado, 4 de agosto de 2012

Além

Além da Salvação / Beyond redemption (HIM)


Oh, eu vejo suas cicatrizes, eu sei de onde elas são

Sensualmente esculpido e sangrando, até você morrer e partir

Eu tenho visto toda beleza e esplendor da tristeza

Quando o paraíso torna-se negro e o inferno branco

Tão certo quanto errado, tão errado quanto certo agora



Sinta seu coração tornar-se pedra

Sinta sua alma corajosa rompendo-se

Você está além da salvação, agora

E ninguém vai te apanhar quando você cair



Oh, eu vejo você se arrastando, você mal pode andar

Com os braços abertos você continua imporando por mais

Eu estive lá, batendo à mesma porta

Quando ódio torna-se amor e amor torna-se ódio

Fé em dúvidas e dúvidas em fé agora!



Sinta seu coração tornar-se pedra

Sinta sua alma corajosa rompendo-se

Você está além da salvação, agora

E ninguém vai te apanhar quando você cair

Sinta seu coração tornar-se pedra

Sinta sua alma corajosa rompendo-se

Você está além da salvação, agora

E ninguém vai te apanhar quando você cair



Sinta seu coração tornar-se pedra

Sinta sua alma corajosa rompendo-se

Você está além da salvação, agora

E ninguém vai te apanhar quando você cair



Sinta seu coração tornar-se pedra

Sinta sua alma corajosa rompendo-se

Você está além da salvação, agora

E ninguém vai te apanhar quando você cair

Sinta seu coração tornar-se pedra

Sinta sua alma corajosa rompendo-se

Você está além da salvação, agora

E ninguém vai te apanhar quando você cair



Yeah, Yeah

Você está além da salvação, agora

Você está além da salvação, agora

Você está além da salvação, agora

Você está além da salvação, agora

Home



Em emaranhado de teias
Acenando para a repetição de seu ciclo
Beijando tudo o que jaz morto
Abraçando o nada
Face a face com seu próprio calabouço
Acariciando sua dor que a faz real e te traz ao real
Voltando para sua casa


terça-feira, 31 de julho de 2012

Phoenix


"Noo voo visionário que lanças
Olhos enxarcados
Alma pulsante
Sobrevoando oa pântanos e planícies
Eternamente em seu refrão
Ciclo eterno
Queimando-se nas chamas
Queime, Queime
Queimando eternamente
Renascendo das cinzas
Cavaleiro do eterno ciclo"


sexta-feira, 20 de julho de 2012

Eternal circle


Após horas ininterruptas em que sua alma inundou-se no oceano da mais profunda e sincera escuridão, dormiu. Foi encontrar-se com os que insistem em sempre puxar-lhe aos calabouços do ser. Após acordar como que se tivesse sido enraizadamente convencida da sua impossibilidade de crescimento e mudança, cai às margens do mar revolto e intransigente. Ao andar pela cidade, vê o vazio das ruas e o silêncio...esse vazio não pela ausência de ser, e sim arraigado pelo impossível. O silêncio sempre a alimentou, mas ela não o pode usar. As sombras riem, dentro e ao redor. Bem-vindos!


Obra: Like_a_bird_by_aphostol

Infindável refrão


Sabe quando sentimos aquela nuvem se aproximando, aquele gosto amargo, aquele frio e então você faz de tudo para que o sol afaste as nuvens, procura por gostos de momentos doces para afastar o amargor eminente e tenta se aquecer para afastar o frio?
Rebatendo toda e qualquer possibilidade de negatividade segue...mas sente (da forma como queiram classificar) sente com todas as forças interiores, sente de forma transcendental, racional, intuitiva ou o que quer que seja.
Sente enfim, que os ventos não lhe trarão estrelas como guizos..sente uma ventania oriunda de terras longíquas, terras nórdicas..onde canções parecem sempre se repetir, em um infindável refrão.



Arte: Depressive_city_by_aphostol

domingo, 1 de abril de 2012


But then the feeling comes again of an april without end
Of an april lonely as they come
In the dark of my mind i can see all too fine
But there is nothing to be done when i just can't feel the sun
And the springtime's the season of the night

(April, Deep purple)

domingo, 11 de março de 2012



Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina - ela repetiu olhando-se bem nos olhos, em frente ao espelho. Ou quando começa: certo susto na boca do estômago. Como o carrinho da montanha-russa, naquele momento lá no alto, justo antes de despencar em direção. Em direção a quê? Depois de subidas e descidas, em direção àquele insuportável ponto seco de agora [...]


Caio Fernando Abreu

sábado, 3 de março de 2012

Olhe, não fique assim não vai passar. Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas agüenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. A gente acha que não vai agüentar, mas agüenta: as dores da vida. Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás.Você acha que não porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia.Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já tá lá longe. A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo - é difícil de acreditar, eu sei - vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou.Agora não dá mesmo pra ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. "É melhor viver do que ser feliz". Porque pra viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói,ai,eu sei como dói. Mas passa.Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o unico jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto de agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que tô falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.


Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

E no concretismo das cidades, vamos concretiizando a nós mesmos, nossas idéias tornam-se duras e frias como o material sólido absoluto ao qual solidificamos as construções, o outro e por fim uma a uma cada particula torna-se acinzentada e morta...e nós vamos aos poucos, quase que de forma imperceptível reduzindo-nos ao nada, ao nada do “ter”, ao nada das significações “vendidas” e “compradas”..chegando ao nada do sentir, pois até o nosso sentir torna-se produto das prateleiras de supermercado..
Aos poucos perdemos o brilho do sentir, e cada qual com ideais a planejar somente o futuro....esquecendo-nos da fragilidade vital que nos torna seres vivos passíveis da morte (MEMENTO MORI). Parar um minuto para ouvir, olhar e sentir o outro, sob esse espectro de cores cintilantes da alegria “comprada” e “auto-promovida” torna-se então perda de tempo. E se nada temos a dar ou receber, os objetos nos bastam. Pensar, refletir, indagar-se se tornam características quase criminosas..pois o mercado também nos oferece o pensar..Desejamos tudo aos moldes do concretismo: sentimentos e pessoas. É à isso em suma, que chamamos de liberdade.
Ainda te achas livre?
Te despeças das cascas, dos mantos, da invejável candura e eloquência, saindo do pedestal. Verás que não passamos de seres inacabados, nos enchendo de certezas e rótulos desnecessários que nos sugam o poder do eterno e reciclável pensar. Não, não é fácil! Ninguém é livre por completo! Não somos donos de verdade alguma...Não somos única e exclusivamente uma “persona” estática e imutável. Não nos conhecemos por completo, não nos comandamos completamente. Atua em nós um outro eu, o eu mais íntimo, obscuro e primitivo que preferimos não saber. E esse “ser” obscurecido e falsamente inexistente não conhece o tempo, a morte, o não.
Nada se resume ao que vemos ou pensamos...e somos uma eterna metamorfose ambulante.

domingo, 8 de janeiro de 2012


Queria te dizer muita coisa..mas as palavras parecem ser pequenas nos últimos dias pra descrever tudo..tanta coisa tem mudado, inclusive eu mesma. Eu tinha a minha alma fechada pra muitas coisas..porque quando a vida nos dá muita “porrada” e decepções, tendemos a achar que nada presta, que tudo é um mar de constantes decepções. Mas não é bem assim! e veja, isto está sendo escrito pela pessoa mais cética que existia no mundo..
Pra mim o que sempre importou eram as coisas extremamente racionais, frias e calculistas..fui criando uma máscara, a minha máscara de “durona”. Encarando as coisas praticas e diretas...(vivendo quase misantropicamente) mas mesmo assim, acho que sempre conservei uma semente que através do impossível se manteve guardada e bem escondida, esperando o dia para renascer entre as cinzas.
Ao longo desse ano que passou, que na verdade não se constitui como um fim, mas sim uma continuidade, pude perceber muitas coisas..pude descobrir que mesmo tendo durante toda a vida me decepcionado com inúmeras pessoas que passaram e não ficaram na minha trilha, não podemos viver em ilha. Precisamos sim das pessoas, do outro. E não, nem tudo é ruim..nem tudo é dor..as coisas não precisam ser perfeitas pra nos fazer felizes...e não falo da FELICIDADE como o senso comum a considera...aquela felicidade plena, que buscamos durante toda uma vida. Falo de FELICIDADES, sim, várias. Não existe A FELICIDADE e sim AS FELICIDADES.
E sim, deve existir algo superior, algo mais forte...que aproxima pessoas no momento certo. Uma força, talvez. Não sei, não falo de religião.
Mas a dúvida paira sobre mim assim como a sombra paira sobre as colinas...ela vem rasteira, dolorida..tento impedi-la..tento rebatê-la..expulsando-a com palavras ríspidas. Lembro dos momentos dormentes de luz, de calor. Mas como saber se o outro também te sente à distância? São poucos segundos de dúvida...é o temor da distância quebrar o cristal esculpido à custo de tanta espera ao longo dos anos..será capaz de esperar, de lutar, de aguentar, de demonstrar quando preciso for, de falar a quem se deve..Só o tempo, amigo dos que são capazes de esperar. Ou não.
Ao mesmo tempo...prefiro não pensar no que o tempo fará. Prefiro pensar somente no valor do que senti /sinto, sem preocupar-me com o amanhã. Afinal de contas, não existem certezas, nunca sabemos se existe amanhã...o hoje é tudo o que temos!


"O que sabemos ou queremos se torna pequeno quando conseguimos sentir..além do que os olhos veem"