Aos poucos perdemos o brilho do
sentir, e cada qual com ideais a planejar somente o futuro....esquecendo-nos da
fragilidade vital que nos torna seres vivos passíveis da morte (MEMENTO MORI).
Parar um minuto para ouvir, olhar e sentir o outro, sob esse espectro de cores
cintilantes da alegria “comprada” e “auto-promovida” torna-se então perda de
tempo. E se nada temos a dar ou receber, os objetos nos bastam. Pensar,
refletir, indagar-se se tornam características quase criminosas..pois o mercado
também nos oferece o pensar..Desejamos tudo aos moldes do concretismo: sentimentos
e pessoas. É à isso em suma, que chamamos de liberdade.
Ainda te achas livre?
Te despeças das cascas, dos mantos, da
invejável candura e eloquência, saindo do pedestal. Verás que não passamos de
seres inacabados, nos enchendo de certezas e rótulos desnecessários que nos
sugam o poder do eterno e reciclável pensar. Não, não é fácil! Ninguém é livre
por completo! Não somos donos de verdade alguma...Não somos única e exclusivamente
uma “persona” estática e imutável. Não nos conhecemos por completo, não nos
comandamos completamente. Atua em nós um outro eu, o eu mais íntimo, obscuro e
primitivo que preferimos não saber. E esse “ser” obscurecido e falsamente
inexistente não conhece o tempo, a morte, o não.
Nada se resume ao que vemos ou
pensamos...e somos uma eterna metamorfose ambulante.
=)
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